sábado, 25 de agosto de 2007

Cigarros - industrias sofrem processo

As duas gigantes do mercado de cigarros no Brasil, Souza Cruz e Philip Morris Brasil, são alvo de um pedido de indenização bilionário da Promotoria do Consumidor de São Paulo por prejuízos causados pelo consumo de tabaco, segundo reportagem publicada na edição desta segunda-feira da Folha.

"O principal ponto da ação brasileira, ajuizada na segunda-feira da semana passada, é o pedido para que as empresas recompensem municípios, Estados, União e Distrito Federal pelos gastos no tratamento de doenças causadas ou agravadas pelo cigarro, referentes a um período a ser definido no julgamento da causa", afirma a reportagem.

Os valores seriam estipulados pelo juiz, mas podem resultar em uma ação bilionária. Em um processo semelhante nos Estados Unidos, quatro empresas se comprometeram, em 1998, a compensar os cofres públicos em cerca de US$ 200 bilhões ao longo de 25 anos.

Em outro item da ação, a Promotoria pede indenização para fumantes (ativos e passivos) por danos morais e materiais sofridos pelo consumo do cigarro. De acordo com a Folha, "se o juiz acatar a decisão nos termos do processo, qualquer consumidor poderá entrar com uma ação individual na Justiça pedindo para ser incluído no montante pago pelas indústrias, desde que prove que o cigarro lhe causou danos".

A Souza Cruz possui seis das dez marcas de cigarro mais vendidas do país, entre elas Derby, Hollywood, Free e Carlton. Entre 2003 e 2006, sua receita bruta saltou de R$ 6,8 bilhões para R$ 8,7 bilhões. Paralelamente, os impostos pagos passaram de R$ 3,6 bilhões para R$ 4,6 bilhões. A Philip Morris não informou seus ganhos no Brasil.

BRAZIL - 35 milhões de fumantes ativos

PESQUISA DA UNIFESP -http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u317350.shtml

O percentual de fumantes no Brasil está em 19,3%, segundo pesquisa conduzida pela Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) e a Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro. O estudo, de abrangência nacional, aponta que a prevalência é maior nas faixas etárias entre 35 anos e 44 anos (24,4%) e de 45 anos a 59 anos (24,8%).

Foram entrevistadas 3.007 pessoas no ano passado, por meio de sorteio. Dessas, 66% chegaram a fumar em algum momento da vida --sendo que 21,3% só experimentaram e 15,4% já não tinham o hábito de fumar quando a entrevista foi feita. Cerca de 20% fumam até hoje. Nesse universo, 80% são fumantes ativos, ou seja, consomem tabaco por pelo menos 20 dias ao mês.

Um dos recortes da pesquisa aborda os hábitos dos pais dos fumantes. Foi constatado que 27% dos brasileiros têm pelo menos um pai também fumante. A influência é maior entre os adolescentes: 45,4% declararam ser filhos de um pai fumante. Entre os adultos, o percentual cai para 25,1%.

A escolaridade também foi analisada. A pesquisa conclui que o nível de instrução do chefe do domicílio também exerce influência no hábito de fumar. Os fumantes, cujo chefe de domicílio tem nível superior não chegam a 9,5%, enquanto aqueles que tem chefe que não completou o nível primário chega a 20,5%.

A maioria dos entrevistados são contrários ao consumo de tabaco em ambientes fechados e de convívio coletivo. Para 65,8% dos entrevistados, o cigarro não deveria ser liberado em restaurantes e cafés, por exemplo. Nos shopping, 74,3% das pessoas desaprovam o fumo. Em escolas, 92,4% dos entrevistados também acham que não se deve fumar.

A opinião se inverte no caso dos bares. Nesses locais, a tendência é haver uma permissividade maior. Somente 39,7% dos entrevistados responderam que não deveria ser permitido fumar nos bares --em nenhuma área.

O levantamento será divulgado oficialmente durante o XIX Congresso da Abead (Associação Brasileira de Estudos do Álcool e Outras Drogas), que acontece em setembro no Rio de Janeiro.

fonte: Folha de São Paulo
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